25/06/2010

RESPIRAR...

"Coluna perfumada, emergindo da floresta da inconsciência, o nariz evoca, pela presença sutil do perfume, a emanação do desabrochar interior, da deificação do homem" (Evaristo E. Miranda)

                É através da respiração que vamos  ao encontro do nosso desejo de envolver. Na inspiração nutrimos de afeto e amor nossos corações, fonte de acolhimento, sopro de vida, que ao expirar doa ao mundo e ao outro. Essa relação que nos dá a noção exata do como, quando e quanto nos envolver.
               É importante lembrar que nossa respiração é de fundamental importancia à saude do corpo e da alma, está relacionada ao nosso bem viver. A correria do dia a dia nos faz esquecer que precisamos respirar. Respirar profundo, enchendo de ar nossos pulmões, exercitando assim nossa árvore respiratória desde o nariz até a camada mais profunda de nossos pulmões. Esse exercício nos tranquiliza, nos torna mais centrados e também mais saudáveis.
              Há momentos em que nos encontramos agitados, assoberbados, nervosos... se pararmos um segundo e fizermos uma respiração profunda, seremos banhados por uma serenidade que pode trazer clareza para o momento e até mesmo a solução para aquilo que nos atormenta. 
             O controle de nossas emoções nos faz sentir medo do envolvimento, nos leva a inspirar com reserva e a não soltar todo o ar. Precisamos reaprender a respirar, isso nos devolve a confiança  no fluxo da vida e o prazer de aprender com ela.
             A respiração é vida, é fluxo, é energia de luz que emana afetividade e se traduz em expressão da nossa capacidade de envolver. Respirar é viver.

Ana Maria P. Freitas

Imagem: http://belafera.files.wordpress.com/2008/07/beijo-thumb.jpg

22/06/2010

PINTANDO AMOR

Pintar para mim parte sempre de uma necessidade, depois de algum tempo sem pintar, esta semana fui convidada a me misturar com tintas, deixei as linhas e agulhas para me debruçar na tela. Ela está ai "Amor Incondicional", veio com nova forma, totalmente diferente das minhas últimas pinturas, expressando esse novo momento...

Mandala Amor Incondicional

"É um amor livre. Não é uma prisão, mas um dom. Não confina, nem impede a passagem; mas está a disposição e se entrega. Escapa a qualquer regra. Este amor inventa e torna a inventar suas regras; elas são regidas por um amor maior, um amor sem julgamentos, nem críticas. Um amor humano, bem humano. Na tolerância, em vez da abnegação, diante da intolerância ao respeito pelo outro e sem nunca esquecer o respeito por si mesmo. Em um olhar de amor que não pensa em si, mas está voltado para o ser amado. Para todos os seres amados." (Jean Yves Leloup)

Ana Maria P. de Freitas

20/06/2010

APRENDER SENDO.

É interessante sempre estar atento ao nosso movimento, ou não sei, ao movimento do universo, ou talvez, à dança dos dois. É assim a vida, existe um caminho a ser percorrido e é onde se encontra os obstáculos a vencer, é um caminho em espiral, que não tem fim e sempre está em nova fase. Olhando em perspectiva vejo que caminha-se muito e muito se aprende e que muito mais há que se caminhar e aprender.

É olhando para mim que consigo dimensionar isto. Eu me abro a uma possibilidade com minhas expectativas, medos, ansiedade, etc, essa possibilidade se abre, acontece, cria o caos, pois o universo trás à tona todas as informações necessárias para que esta etapa seja resolvida, existe um momento de muita confusão, pois lidar com essas informações é muitas vezes ter que lidar com medos, perdas, dores e aspectos do meu ser que estão inconscientes. Com estas informações conscientes, olho para elas e vou integrando numa nova proposta, jogo fora aquilo que não me pertence, pelo discernimento, e processo reformulando do meu jeito, com aquilo que realmente para mim faz sentido.

Este processo, eu digo, é um passo, ou seja, uma volta nessa espiral. Quando tudo está integrado, preenchido e acolhido pelo meu ser, é novamente um momento para nova abertura e de novo me preparar para novas possibilidades, novas informações, novo caos, novo processo. É importante observar a influência do universo, como tudo vem na hora certa, no momento certo, as pessoas, as possibilidades, tudo acontece como num passe de mágica, mas na verdade é que estamos maduros e prontos para viver a experiência. É impossível não crer nessa força poderosa que está além do meu entendimento, esses eventos podem ser bons ou ruins, não importa, é necessário CONFIANÇA, é importante saber que vivemos para aprender.

Muitas vezes, nos sentimos cansados, desanimados, perdidos, sem saber o que fazer com essas informações. Estando atentos percebemos que fazemos parte de um universo maior, se me apego ao conhecido e deixo que o medo me paralise, não percebo os sinais que me são enviados, nada em outra dimensão, aqui mesmo, assim como: a pessoa certa, a visita inesperada, o telefonema, o encontro, o dinheiro, a compra, a venda, a oportunidade, ou seja, costumamos chamar isso de coincidências, acaso, seja o que for, eu chamo de “anjo”, os “anjos” que o universo providencia em meu socorro, se não estou atento, isso passa e atrasa o processo.

Essa dinâmica é constante, o que torna tudo sempre novo, o que me permite uma vida de movimento. Nessas voltas vou percebendo meu crescimento e minha transformação interior, percebo também que quanto mais caminho e mais conheço de mim mesma, mais compreendo que não somos e nem sabemos nada, e essa sensação me aproxima da humildade e é isto que me faz SER. Quando me reconheço humana uma grande porta se abre em direção ao outro, porque é na minha humanidade que posso acolher o outro na sua humanidade. Aqui não existem diferenças, não existe nada que separa, tudo é UNO, me vejo parte de um todo que é assim porque também existo.

É como o funcionamento de uma engrenagem, todo dente tem o seu papel, ou então não funciona em harmonia. Aqui não tem escolha, pequeno/grande, preto/branco, grande/pequeno é tudo um só movimento, tudo tem que estar no seu lugar, na dança das polaridades é que está o equilíbrio do funcionamento da engrenagem. E é na dança das polaridades que me habitam: bem/mal, feminino/masculino, claro/escuro, santo/profano, que está minha inteireza.

É observando todo esse movimento que caminho, procuro não carregar expectativas, posso também não saber o que quero, mas tenho sempre a certeza do que não quero mais. E assim percebo se processar muitas mudanças, percebo também a construção de um ser humano melhor, que muitas vezes para os que estão de fora pareça contrário, porque essas mudanças os distanciam de mim. Me vejo cada vez mais próxima de mim mesma e ao mesmo tempo percebo que cresce em mim um espaço de amor, que me aproxima do outro.

Eu sinto o universo em mim e me sinto parte desse universo..... eu sou.

Ana Maria P. de Freitas

Imagens: Internet 
1ª - http://arte.vital.zip.net/arch2009-08-16_2009-08-31.html
2ª -http://luzcardoso2.blogspot.com/2010/02/pensamento-do-dia-19-02-2010.html
3ª -http://15x23.blogspot.com/

10/06/2010

O AR

Sinto que algo bate à porta
Ao silenciar
Escuto
Eu mesma
Expandindo o portal da consciência
Percebo que vejo
Imensidão azul do céu
Árvores que bailam magestosas
Pedras que circundam o riacho
Água que corrre entre elas
Terra úmida
Seres que brincam
Essência divina
Ser que sou
sou...sou...
Ana Maria P. Freitas
Imagem: Internet

08/06/2010

A TERRA

Meu corpo fala e agradece
Todo acolhimento que recebe
Terra amada
Ostenta a vegetação
Ostenta os quadrúpedes e penas
Recebe do céu as bençãos em água
Divide com ares espaço
Terra amada
Amas também
Abre os braços
Acolhe o tempo
És templo do ser 
Ana Maria P. Freitas
Imagem: Internet

07/06/2010

O FOGO

O fogo me ensinou
sobre impermanência
Tudo que vive, morre
O sofrimento só acontece
Quando você se apega
Não existe dois lados
Existe sim
Uma tênue barreira
Que separa
O corpo
Mas ele sabe
Antes de sabermos
Se aprendemos ouvir
A música do corpo
Aprendemos a dançar a vida
Então já não existe barreira
Somos um
Morte-vida-morte
Impermanência

                                                   Ana Maria P. Freitas
Imagem: Internet

05/06/2010

A ÁGUA

São tantas pedras no caminho
E a água corre livre entre elas;
Passa sobre elas
Entre elas
Sob elas
Ao lado delas.
Nós não dimensionamos a dor dessa trajetória,
Mas vislumbramos sua beleza.
E quando nos banhamos nessas águas,
Ela leva com ela nossas dores.
Generosa, se renova a cada instante;
Não se prendeu às pedras que ficaram,
E corre como se nenhuma pedra
houvesse pela frente.
Me pergunto:
Qual a dor que impede minha trajetória?
A água me ensinou, que a dor
é aquela a que me detenho
Se a vida é um curso;
Por onde passei, não me apego.
Onde estou, sirvo.
Para onde vou, não sei. 

Ana maria P. de freitas

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