Uma canção dos bauls:
Que relações
Pode você concluir
Com alguém que não conheça
Os sentimentos que envolvem o amor?
A coruja olha fixamente o céu,
intocada, cega
Para os raios do sol.
O homem é uma busca, uma eterna inquirição, uma pergunta perene. A busca é pela energia que mantém a existência interligada — chame-a de Deus, chame-a de verdade, chame-a como você queira chamar. O que mantém essa existência infinita interligada? Qual é o centro disso tudo, o cerne disso tudo?
Ciência, filosofia, religião, todas fazem a mesma pergunta. As respostas podem diferir, mas a pergunta é a mesma. A religião chama essa energia de "Deus". Os cientistas não concordarão com a palavra "deus"; parece pessoal demais.
Parece demasiadamente antropomórfica, indicativa do homem. Eles a chamam de eletricidade, magnetismo, campo energético; mas apenas o nome é diferente. Deus é um campo de energia.
Os filósofos vão dando diferentes nomes: estrato supremo, o absoluto, Brahma. De Thales a Bertrand Russell, muitas respostas foram dadas. Algumas vezes, alguns filósofos dizem que ela é água, liquidez; algumas vezes, alguém diz que é fogo — mas a busca tem sido eterna. "O que mantém este universo infinito junto?"
Os místicos da Índia antiga, conhecidos como bauls, chamavam-na de amor — e, para mim, a resposta deles parece ser a mais pertinente. Ela não é pessoal nem impessoal. Ela tem algo de Deus e algo de magnetismo também. Algo do divino e algo da terra.
O amor tem duas faces. É semelhante a Janus: uma face é voltada para a terra e a outra é voltada para o céu. É a maior síntese concebível: ele vem da luxúria e se move em direção à oração; ele nasce do lodo e se torna um loto que olha de frente para o sol.
Osho, em "Vida, Amor e Riso"
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