Mandala, em sânscrito, significa círculo. Jung associava as mandalas ao self, o centro da personalidade como um todo. No âmbito dos costumes religiosos ou da psicologia, designa imagens circulares que são desenhadas, pintadas, configuradas plasticamente ou dançadas. Não existem registros de sua origem, todavia, os motivos circulares são encontrados desde a antiguidade, nos desenhos das cavernas pré-históricas ou, ainda que simplificados, nas rosáceas das antigas catedrais, bem assim na natureza e no corpo humano.
A existência depende de nosso histórico de vida: quando ampliamos essa consciência, integrando esse inconsciente que nos é inerente, ultrapassamos nossa historicidade, dando à nossa vida maior significado e compreensão dessa complexidade que somos.
Todos nós precisamos de um momento, um dia, ou uma hora reservada para, simplesmente, vivenciar e trazer à tona o que realmente somos. Hoje, nossas vidas se orientam pela praticidade e pelo consumo, a ponto de nos envolvermos tanto com essa “roda viva”, e nos esquecermos daquilo que são nossas intenções genuínas. Precisamos encontrar os caminhos que nos levam a esse espaço sagrado, seja por meio da música, da dança, dos desenhos ou de qualquer coisa que realmente gostamos de fazer. Podemos pensar, em um primeiro momento, que nada acontece; mas se nos permitirmos gozar desse espaço sagrado e nos servirmos dele para que possamos entrar em contato com nosso eu, ouvir o corpo, perceber as emoções, com certeza estaremos nos reservando a oportunidade de irmos ao encontro das lembranças que nos aproximam daquilo que nos é essencial.
Ana Maria Pereira de Freitas