31/12/2011

Ano Novo

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Porque você não começa pela outra margem, o lado que você não conhece?
(Jiddu Krishnamurti)

Seja ousado, destemido, faça diferente, experimente, não tenha pressa, viva e saboreie a experiência, não tenha medo, e se tiver, não se assuste, é assim mesmo.  Não fique esperando pela felicidade, escolha ser feliz e SEJA.

Ana Maria

24/12/2011

SER

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"A primeira lição de amor é não pedir por amor, mas simplesmente dar. Torne-se um doador. E as pessoas estão fazendo exatamente o oposto. Mesmo quando elas dão, dão apenas com a idéia de que o amor deveria voltar. É uma barganha. Elas não compartilham, não compartilham livremente. Compartilham com uma condição. Ficam olhando com o canto dos olhos se ele está voltando ou não. Pessoas muito pobres... Elas não conhecem o funcionamento natural do amor. Você simplesmente derrama - ele virá. (...) O amor tem que ser aprendido; ele é a maior arte que existe." (Osho)

É na fonte que encontro a ressonância interna necessária para superar e mudar os padrões envelhecidos de memória, hoje mais amadurecida já tenho consciência do processo e isso o torna mais leve e é na tranquilidade da alma que o processo de cura é vivido. Não temos noção onde estão arraigadas nossas carências mais profundas, e não raro somos convidados a visitar esses espaços dentro de nós, a maioria das vezes isso passa camuflado por nossas defesas, e no decorrer do tempo se tornam cada vez mais cristalizados.

O processo de desconstrução exige uma atenção voltada para dentro e a mudança de padão só acontece na experiência, não há outra forma, é o corpo que precisa perder a antiga referência e fazer o novo registro. Esse momento no início é muito confuso e extremamente doloroso, mas depois vai se tornando mais consciente e você vai aprendendo a lidar com ele com mais tranquilidade, e a cada experiência ele vai se tornando mais e mais consciente, até você perceber que aquilo já não é mais parte de você. Assim acontecem as mudanças, e por isso não mudamos da noite para o dia, mudar é muito difícil, é um processo eterno de aprendizado, se nos prendemos nas nossas pretensas seguranças, verdades, apegos e deixamos que o medo nos paralize, estamos fadados a adoecer, porque queiramos ou não o corpo vive o processo que precisa viver.

Isso é renovação, é a liberdade almejada é o que nos mantém vivos. Para alcançar a paz é preciso atravessar o vale das sombras, a dor é inevitável, é algo que está morrendo em nós, a tristeza é o luto vivido e necessário, para que um novo espaço seja criado e uma nova consciência venha participar do momento. É no ordinário que precisamos encontrar a beleza, o deslumbramento. Dentro de casa, no cotidiano, na natureza, tudo isso é que tem que fazer nosso coração vibrar numa pulsão de vida.

Ana Maria

21/12/2011

Mudança de Olhar

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Mudar o mundo, é mudar o olhar.
Do olhar que estreita e subtrai, para o olhar que amplia e engrandece.
Do olhar que julga e condena, para o olhar que compreende e perdoa.
Do olhar que teme e se esquiva, para o olhar que confia e atreve.

(Roberto Crema)

17/12/2011

Verdade X Mentira

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           O homem vive em mentiras - todo homem, porque as mentiras são muito convenientes, confortáveis. A verdade é dura, inconveniente, nada confortável.

           Você pode inventar mentiras: você vai ao alfaiate e ele faz a roupa para você, você pode criar mentiras para você, assim como roupas, mentiras que se ajustam a você. Mas a verdade não vai  se ajustar a você, você não pode inventá-la: você terá de se ajustar à verdade - você é que terá que sofrer o corte. A verdade não pode ser cortada, como uma roupa. Para se ajustar à verdade, você terá de mudar. As mentiras são belas, porque você não precisa mudar - você simplesmente muda a mentira e ela se ajusta a você. Ela é muito confortável, ela se agarra a você, nunca o obriga a mudar, você pode permanecer estático, estagnado.

A mentira está sempre com você, nunca contra você - a verdade não se importa: se você quer ser verdadeiro, você tem de mudar a si mesmo. A verdade não pode ser inventada, ela tem de ser descoberta - ela já é existente. Eis porque o homem vive em mentiras, porque você pode inventar suas próprias mentiras. 

Osho

09/12/2011

Falando do Amor

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"Não falo do amor romântico,
Aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento.
Relações de dependência e submissão, paixões tristes.
Algumas pessoas confundem isso com amor.
Chamam de amor esse querer escravo,
... E pensam que o amor é alguma coisa
Que pode ser definida, explicada, entendida, julgada.
Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro,
Antes de ser experimentado.
Mas é exatamente o oposto, para mim, que o amor manifesta.
A virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado.
O amor está em movimento eterno, em velocidade infinita.
O amor é um móbile.
Como fotografá-lo?
Como percebê-lo?
Como se deixar sê-lo?
E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor não nos domine?
Minha resposta? O amor é o desconhecido.
Mesmo depois de uma vida inteira de amores,
O amor será sempre o desconhecido,
A força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão.
A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação.
O amor quer ser interferido, quer ser violado,
Quer ser transformado a cada instante.
A vida do amor depende dessa interferência.
A morte do amor é quando, diante do seu labirinto,
Decidimos caminhar pela estrada reta.
Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos,
E nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim.
Não, não podemos subestimar o amor e não podemos castrá-lo.
O amor não é orgânico.
Não é meu coração que sente o amor.
É a minha alma que o saboreia.
Não é no meu sangue que ele ferve.
O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito.
Sua força se mistura com a minha
E nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu
Como se fossem novas estrelas recém-nascidas.
O amor brilha.
Como uma aurora colorida e misteriosa,
Como um crepúsculo inundado de beleza e despedida,
O amor grita seu silêncio e nos dá sua música.
Nós dançamos sua felicidade em delírio
Porque somos o alimento preferido do amor,
Se estivermos também a devorá-lo.
O amor, eu não conheço.
E é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo,
Me aventurando ao seu encontro.
A vida só existe quando o amor a navega.
Morrer de amor é a substância de que a vida é feita.
Ou melhor, só se vive no amor.
E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto."
autor desconhecido

06/12/2011

Estado Meditativo

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Pode-se levar muitos anos meditando sem se saber de verdade, o que é meditação. Tudo que é necessário é seu desejo de crescer, se descobrir, celebrar e compartilhar.

O estado de meditação acontece, à medida que seu observador interno - a testemunha interior - é o sujeito em tudo que você faz, em tudo que você vive, em tudo que você experimenta, explora, desfruta.

A testemunha é o eterno em você ela nunca nasceu e, portanto, nunca morrerá. 

Osho

05/12/2011

Relacionar-se

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Se você se relaciona, você respeita, você não pode possuir. Se você se relaciona, há uma grande reverência. Se você se relaciona, chega muito perto, muito, muito perto, em profunda intimidade, se sobrepõe.

Contudo, a liberdade do outro não é invadida, o outro permanece um indivíduo independente. O relacionamento é o do eu-você e não do eu-isso, se sobrepondo, interpenetrando, todavia num sentido independente.

Khalil Gibran diz: “Sejam como dois pilares que sustentam o mesmo teto, mas não comece a possuir o outro; deixe o outro independente. Sustentem o mesmo teto: esse teto é o amor.”

Dois amantes sustentam algo invisível, e algo imensamente valioso: uma certa poesia do ser, uma certa música ouvida nos mais profundos recantos da sua existência. Eles apóiam, apóiam uma certa harmonia, mas mesmo assim permanecem independentes. Eles podem se expor ao outro, porque não há medo algum. Eles sabem que são. Eles conhecem sua beleza interior, conhecem seu perfume interior; não há nenhum medo.

Qualquer amor que tenha alguma condição consciente ou inconsciente vai com certeza trazer frustração, porque estas condições não podem ser preenchidas. A própria natureza das condições é assim.
 
Osho

26/11/2011

Sensatez

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"Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos." (Pablo Neruda)

É preciso as vezes fechar nossos ouvidos para o que vem de fora e abrir a escuta para o que vem de dentro. Muitas vezes a sensatez é a desculpa cômoda que encontramos para permanecermos no lugar onde já nos acostumamos, o conhecido e seguro, é também a forma de justificarmos a nossa falta de coragem.

15/11/2011

Gratidão


"A gratidão desbloqueia a abundância da vida. Ela torna o que temos em suficiente, e mais. Ela torna a negação em aceitação, caos em ordem, confusão em claridade. Ela pode transformar uma refeição em um banquete, uma casa em um lar, um estranho em um amigo. A gratidão dá sentido ao nosso passado, traz paz para o hoje, e cria uma visão para o amanhã".

Melody Beattie

29/10/2011

Ser LIvre

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"Ser livre significa compreender, no sentido mais lúcido e amplo que a palavra pode ter. Significa um entendimento de si, uma aceitação em si da necessidade da existência em termos limitados. A vivência desse entendimento é a mais plena e a mais profunda interiorização a que o indivíduo possa chegar. Ser livre é ocupar o seu espaço de vida." 

Fayga Ostrower

21/10/2011

O Direito ao Delírio

Compartilho esse vídeo de Eduardo Galeno, onde ele fala de utopia, e nos dá  um breve momento de sonhar na poesia que é viver,,,


Um fim de semana iluminados a todos.

20/10/2011

Celebração

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Hoje a gratidão me envolve e celebro meu nascimento.
Que uma luz dourada possa envolver a todos seres viventes, nosso planeta Terra e o universo, numa energia de paz. Que o amor possa pulsar no mais profundo do humano que somos nós.

Bençãos, bençãos e bençãos...
Ana Maria 

18/10/2011

Travessia

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"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos".

Fernando Pessoa

15/10/2011

Consciência

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“A consciência só pode existir através do permanente reconhecimento e respeito do inconsciente: toda vida tem que passar por muitas mortes.” (Jung)

              Sempre que nos referimos à consciência relacionamos como algo inerente à cabeça, uma forma racional do nosso pensar, algo que orienta nossa consciência, mas que não é ela. Acredito que consciência é energia, algo mais orgânico que se relaciona com nosso corpo. Assim como a natureza tem uma consciência própria, sem que seja necessário dizer à semente que ela tem que germinar, brotar, florescer, dar frutos e morrer, assim é também nosso corpo. Se temos uma escuta, nosso corpo é a antena, o que faz a conexão do nosso mundo interno com o externo. Se aprendermos a ouvir com os sentidos e não com a razão, ampliamos nossa consciência.

             Para desenvolvermos essa escuta é que precisamos  aprender a meditar, a meditação é  silenciar nossa mente para que possamos entrar em contato com nosso interior, para que possamos escutar o nosso corpo. Para a realidade que vivemos hoje em dia , não é fácil praticar o exercício da meditação, mas existem milhares de formas que podemos usar, e praticar aquela que nos faz sentido. É preciso aprender silenciar, estar presente naquilo que realizamos, não importa o que seja, pode ser algo que exija nossa concentração ou apenas o simples ato de lavar a louça, estar presente é meditar. No início pode parecer uma loucura, porque os pensamentos não nos dão trégua, mas com o tempo e a prática, percebemos que o barulho interno diminui e aos poucos ampliamos nossas percepções. Para acalmar os pensamentos nada melhor do que respirar, tire sua atenção dos pensamentos e observe sua respiração, aprofunde ela, e verá que por segundos você consegue silenciar e aos poucos com a prática esse espaço de silêncio vai aumentando.

             Eu acredito que para mudarmos hábitos seja necessário um propósito, um compromisso consigo mesmo, nada é impossível. E como diz Jung: “Qualquer passo à frente, por pequeno que seja, na trilha da tomada de consciência, cria o mundo.”

Ana Maria

10/10/2011

As Deusas e a Mulher Atual

                NO MUNDO MODERNO os conflitos que nos cercam não são poucos, alguns deles, aliás, são muito parecidos com os relatados na mitologia grega. Mas a proximidade entre a nossa realidade atual e a vivenciada pelas figuras antológicas não pára por aí. Se estudarmos mais atenciosamente o perfil das deusas gregas, descobriremos que é muito fácil nos identificar com elas. Afrodite, Héstia e Hera, por exemplo, possuem uma série de características semelhantes às nossas. Isso acontece porque, apesar de serem divindades, elas eram humanas e apresentavam virtudes e defeitos parecidos com os nossos. Por isso, são consideradas arquétipos, imagens presentes em nosso inconsciente coletivo. “Essas imagens nos guiam em termos de adaptação ao mundo e principalmente ao fazer escolhas, mas normalmente não percebemos a influência delas. O inconsciente coletivo, onde estão impressas, atua juntamente com o inconsciente individual e é tão determinante quanto este em nossas vidas”, explica a psicoterapeuta Maria da Luz Calegari. A idéia de arquétipos ganhou força na psicologia junguiana e recebeu o termo genérico de “psicologia arquetípica”. Os primeiros estudos baseados na teoria de Carl Gustav Jung surgiram no final da década de 1970 e trabalham principalmente a questão dos mitos. “A mitologia é reconhecidamente um caminho que leva o espírito humano a avançar. Os mitos nos fornecem pistas sobre o comportamento da humanidade e sobre nós mesmos”, ressalta. Intrigada com o tema, a terapeuta resolveu estudar os arquétipos e desenvolveu uma ampla pesquisa sobre as personalidades de cada deusa grega em paralelo com a mulher moderna. Conheça uma pouco mais sobre elas e descubra o que a sua deusa pode dizer sobre você.

HERA
(JUNO, em Roma)

Na mitologia, Zeus disfarçou-se de cuco para conquistá-la. Esperta, ela não o deixou alçar vôo, enquanto não lhe prometesse casamento. Era uma esposa ciumenta e vingativa, nunca esquecia uma ofensa. Por isso, é considerada a protetora das mulheres casadas. A Hera moderna é uma esposa fiel, honrada, austera, eficiente na educação dos filhos e na administração do lar. Mãe rígida, ela espera sempre que os filhos sigam as expectativas e investimentos feitos pelos pais. Mulheres que apresentam o arquétipo dessa deusa são fortes, decididas e calorosas. As Heras têm no casamento e no marido o motivo maior de sua existência. O homem que escolhem para casar deverá ser vitorioso ou apresentar requisitos que o levem a conquistar uma posição social. As esposas Heras raramente se divorciam.


PERSÉFONE - KORÉ
(PROSÉRPINA, em Roma)

Perséfone era filha de Zeus, senhor dos deuses, e de Deméter, deusa da agricultura. Ainda era uma jovem donzela quando foi raptada por Hades, o senhor dos mortos, que a levou para seu reino subterrâneo e a fez sua esposa. A joven Koré normalmente é vaidosa, desligada da vida real, pouco interessada nos estudos ou em uma futura carreira. Mas essa mulher é facilmente identificada por uma virtude: tem enorme prazer em ajudar o próximo. Quando tem uma atividade, é para passar o tempo ou ganhar algum dinheiro para as suas vaidades. Porém, diferentemente da Hera, Koré representa a mais passiva das mulheres e, quando abandonada ou desiludida, leva muito tempo para se recuperar.

DEMÉTER
(CERES, em Roma)

Deusa da agricultura. O sentimento e a vocação maternais são atributos de Deméter. A história conta que o grito de sua filha Koré, ao ser levada por Hades, foi ouvido por Deméter e que esta a procurou por todo o mundo, durante nove dias e nove noites sem cessar. Nesse período, ela não comeu, não bebeu, não se banhou e nem se enfeitou e acabou se descuidando das suas tarefas. Por conta disso, as terras se tornaram inférteis. O mito de Deméter simboliza o ciclo anual da colheita. Na mitologia, a deusa significa maternidade e nutrição, sendo essas as suas principais vocações. Mulheres Deméter normalmente se casam, são mães bonachonas, alegres e bastante dedicadas a seus filhos e netos. Generosas, carinhosas e extrovertidas, elas são verdadeiras matronas.


AFRODITE
(VÊNUS, em Roma)

Na mitologia grega, Afrodite era a deusa da beleza e da paixão sexual. Possuía um cinturão mágico que tornava sua paixão irresistível. A mitologia oferece duas versões sobre seu nascimento, na mais conhecida, Cronos, filho de Urano, mutilou o pai e atirou ao mar seus órgãos genitais. Afrodite teria nascido da espuma (em grego, aphros) assim formada. Por ordem de Zeus, Afrodite casou-se com Hefesto, o mais feio dos imortais, sendo-lhe muitas vezes infiel. As mulheres Afrodite são as amantes preferidas dos homens, mas jamais esposas por serem infiéis. Preferem profissões que despertem sua criatividade, como por exemplo: pintura, escultura, moda e editoração. Quando a Afrodite não é bela, é carismática e possui uma atração irresistível. Sua característica fundamental é colocar o amor acima de tudo.


ATENA
(MINERVA, em Roma)

Deusa da sabedoria, do ofício, da justiça, da inteligência e da guerra justa. Conta a mitologia que um dia Zeus sentiu uma forte dor de cabeça e Hefesto lhe deu uma machadada na fronte, de onde saiu Atena, já adulta com elmo, armadura e escudo. As mulheres Atena desenvolvem carreiras de sucesso e não se preocupam com casamentos ou filhos. São racionais, estrategistas e ágeis no pensar, além de muito reflexivas. Fisicamente são atraentes, de elegância clássica e postura desembaraçada. Costumam conquistar os homens que valorizam imagem e inteligência. Na lenda, Atena não se casou, no entanto as atenas modernas valorizam muito o companheirismo.


ARTEMIS
(DIANA, em Roma)

Deusa guerreira, selvagem, racional, instintiva, representa muito bem a independência feminina. Na mitologia grega era uma antiga divindade ligada inicialmente à vida selvagem e à caça. Durante os períodos arcaico e clássico era considerada filha de Zeus e de Leto e irmã gêmea de Apolo. Mais tarde, associou-se também à luz da lua e à magia. Mulheres com um forte perfil de Artemis raramente se entregam à paixão e não necessitam da admiração masculina para se sentirem realizadas. Em geral não são amantes fiéis, porém não desprezam a sexualidade que, muitas vezes, se confunde com guerra ou aventura, pois essas mulheres gostam de medir forças com seus parceiros, tanto na vida pública como na pessoal. Com freqüência, o amor de uma mulher Artemis é dirigido aos animais.


HÉSTIA
(VESTA, em Roma)

É a deusa dos laços familiares, simbolizada pelo fogo da lareira. Cortejada por Poseidon e Apolo, jurou virgindade perante Zeus. Na Grécia, era a protetora dos lares. Mais amorosa que Afrodite e Deméter, ela devota-se totalmente a aspectos espirituais da existência. Durante muito tempo representou as mulheres solitárias e recatadas, dedicadas à família de origem, que não contraíam casamento. As Héstias modernas até se casam e quando isso acontece, elas se comportam como esposas tradicionais. São elas que conferem à casa o nome de lar, não gostam de vida social e nem de chamar a atenção no mundo. Os melhores exemplos dessas mulheres são as missionárias, freiras dedicadas aos pobres e as enfermeiras dos hospitais de guerra.
 
Texto: fonte desconhecida
Imagens: Internet

06/10/2011

Sexo

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"O prazer da música suave pode abrir caminho para a música eterna, a experiência de uma vela fraca pode levar-nos a luz infinita; conhecer uma gota é um prelúdio para conhecer o oceano.

O conhecimento do átomo pode revelar o mistério de todas as forças materiais, das forças da matéria. A natureza nos deu um pequeno átomo de sexo, mas nós não o reconhecemos de modo algum. Nem ao menos o admitimos totalmente. Isso é porque não temos a clareza mental nem o senso de mistério para reconhecê-lo, compreendê-lo ou experimentá-lo. Assim que o homem compreender e reverenciar esse processo de transcendência, fará surgir uma nova e mais elevada ordem de sociedade.

O homem e a mulher são dois pólos diferentes, os pólos positivos e negativos de energia. O encontro correto desses dois pólos completa um circuito e produz um tipo de eletricidade. E o conhecimento direto dessa eletricidade é possível se o período de cópula, quando vocês estão numa entrega profunda e total um ao outro, puder ser mantido por um tempo mais longo. Se ele puder ser prolongado por uma hora, uma alta carga produzindo uma auréola de eletricidade evoluirá por si mesma; se as correntes do corpo estiverem num abraço total e completo, pode-se até mesmo ver um lampejo de luz na escuridão. Um casal experimentando essa corrente elétrica de energia está bebendo o copo mais cheio da vida."

(Osho)





25/09/2011

Jung sobre o barulho

            Ultimamente venho refletindo muito sobre a questão do barulho. Eu sinto muita dificuldade de permanecer em lugares públicos, tenho observado como é crescente a poluição sonora que estamos vivendo, e mais impressionada em perceber como as pessoas parecem estar acostumadas com isso. Encontrei um texto das cartas de Jung e trouxe para nossa reflexão... impressionante como é pertinente para os dias de hoje, talvez ainda mais do que na época em que a carta foi escrita.


"(...) o barulho é apenas um dos males de nosso tempo, ainda que o mais chocante. Os outros são o gramofone, o rádio e, recentemente, a praga da televisão. Fui perguntado por uma organização docente por que, apesar da melhor alimentação, não se conseguia dar o programa todo na escola elementar de hoje. A resposta é: falta de concentração, demasiados estímulos de distração. Muitas crianças fazem seus deveres escolares ouvindo rádio. Tanta coisa é aduzida de fora sobre as crianças, que não precisam mais pensar no que poderiam fazer por iniciativa própria e que exigiria certa concentração (...)

O barulho é bem-vindo porque abafa o alarme instintivo interior. Quem sente medo procura companhia barulhenta e pandemônio, que espantam os demônios. (Os meios primitivos correspondentes são a gritaria, música, tambores, pirotecnia estrondosa, sinos, etc.) O barulho dá uma sensação de segurança, como a multidão de pessoas; por isso é apreciado e teme-se fazer algo contra ele, pois sente-se instintivamente a magia apotropaica que ele emana. O barulho nos protege da meditação dolorosa, dispersa sonhos ansiosos, assegura-nos que formamos um todo unido e produzimos tal estrondo, que ninguém jamais ousará atacar-nos. O barulho é tão imediato, tão invencivelmente real, que tudo o mais é pálida ilusão. Ele nos dispensa de qualquer esforço de dizer ou fazer alguma coisa, pois o próprio ar treme diante da força de nossa manifestação invencível de vida.

O reverso da medalha é este: não teríamos o barulho se não o desejássemos secretamente. Ele não é apenas inconveniente ou prejudicial, mas um meio inadmissível e incompreensível para um fim, isto é, uma compensação do medo que tem muitas razões de ser. Se houvesse silêncio, o medo levaria as pessoas a refletir, e não se pode prever quantas coisas viriam à superfície da consciência. A maioria das pessoas tem medo do silêncio e, por isso, quando cessa o barulho constante de uma festa, por exemplo, é preciso fazer algo, falar, assobiar, cantar, tossir ou murmurar. A necessidade de barulho é quase insaciável, embora às vezes ele se torne insuportável. Mas sempre é melhor do que nada. No chamado "silêncio sepulcral", a sensação é sinistra. Por quê? Há fantasmas rondando? Dificilmente. O que se teme na verdade é o que poderia provir do interior da pessoa, isto é, tudo aquilo de que fugimos através do barulho.

(...) seria desejável reduzir o excesso de barulho, mas quanto mais  atacar o barulho, tanto mais entrará no território proibido do silêncio tão temido. Irá privar aqueles sem importância e cuja voz nunca foi ou será ouvida da única alegria existencial e do incomparável prazer que sentem quando podem quebrar o silêncio da noite com o ranger estrepitoso de suas motos e carros e perturbar o sono dos outros com um barulho infernal. Neste momento eles são alguém de importância. O barulho é para eles uma raison d'être e uma afirmação de sua existência. Há muito mais pessoas do que se imagina que não se perturbam com o barulho, pois nada possuem em que possam ser perturbadas; ao contrário, o barulho lhes proporciona algo."
 (Jung, Cartas, volume 3, pp. 106-107).

15/09/2011

O Fogo


"Desejar não é suficiente; de fato, o desejo ignorante se frustra ou se deixa queimar. Para que o desejo se consuma, para que a opus tenha fruição - na arte, no amor, em qualquer tipo de prática - aprenda tudo que puder sobre seu fogo: sua radiância, sua instabilidade tremeluzente, seu calor e sua raiva. A arte do fogo e a chave da alquimia significam aprender como aquecer, excitar, entusiasmar, inflamar, inspirar o material à mão, que é também o estado de nossa natureza, de forma a ativá-la rumo a um estado diferente."

James Hillman

10/09/2011

VIVER

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Muitas vezes as coisas não são para serem boas, mas sim para serem vividas. É preciso ouvir o chamado e acolher a experiência.     

Ana Maria

25/08/2011

Borboletas


Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande.
As pessoas não estão nesse mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui para satisfazer as dela.
Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.
As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.
Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher da sua vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você.
O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.
No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!

Mario Quintana

21/08/2011

SER...

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"Entrar em contato com o próprio inconsciente significa enriquecer a vida com a dimensão da qual o homem foge, é possibilitar, ajustar a vida ao Ser, vale dizer, encontrar o próprio destino, algo só seu, intransponível, singular. "

Artur da Távola

08/08/2011

Feliz por Nada

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Geralmente, quando uma pessoa exclama Estou tão feliz!, é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.

Digamos: feliz porque maio recém começou e temos longos oito meses para fazer de 2010 um ano memorável. Feliz por estar com as dívidas pagas. Feliz porque alguém o elogiou. Feliz porque existe uma perspectiva de viagem daqui a alguns meses. Feliz porque você não magoou ninguém hoje. Feliz porque daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar no mundo mais acolhedor do que sua cama.

Esquece. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é ser feliz por muito.

Feliz por nada, nada mesmo?

Talvez passe pela total despreocupação com essa busca. Essa tal de felicidade inferniza. "Faça isso, faça aquilo". A troco? Quem garante que todos chegam lá pelo mesmo caminho?

Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando "realizado", também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma. Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo.

Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.

Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre. Adequação e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir tanto?

A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.

Ser feliz por nada talvez seja isso.
Martha Medeiros

Uma semana iluminada!
Ana Maria:

04/08/2011

A Arte de Ser Feliz


Houve um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs um pobre homem com um balde , em silêncio, ia atirando com a mão gotas de água sobre as plantas. Não era uma regra, era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros, e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janelae encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que encontro pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Às vezes, um galo canta. Às vezes um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

Cecília Meireles



30/07/2011

O Corpo como Instrumento

Tela: "Corpo Solitário" - Ana Maria Pereira de Freitas


                 O corpo é a mensagem antes da palavra, ou seja, o movimento transcende a palavra, a palavra não dita. O movimento quando isento de razão é a manifestação das memórias inconscientes, é a transcendência dos limites, esse corpo que já não é meu e que é muito mais que eu. A experiência vivida no corpo é de um vazio presença, ao mesmo tempo que você transcende o corpo você tem consciência dele. Você não está fora do espaço, mas é o espaço.

                Dos meus questionamentos: "O que pode um corpo no espaço? Terá esse corpo autonomia para modificá-lo? Na edificação ou na natureza o corpo interage buscando novas formas, provocando o que é estático. Um paradoxo? Quem é quem? Será o corpo um espaço ou o espaço um corpo?"

                Esses meus questionamentos encontraram ressonância numa frase de Jung: "Todos os efeitos são recíprocos e nenhum elemento age sobre o outro sem que ele próprio seja modificado."

               Partindo desse princípio uma síntese que pude fazer  é que retratamos as relações humanas e espaciais. Como elas acontecem? Atraímos, provocamos, negamos, amamos, odiamos, nos relacionamos de alguma forma. Quando tudo isso nos escapa, o que nos resta? Além do encontro consigo mesmo, que inevitavelmente acontece e não se pode negar, há a relação com um espaço, interno ou externo, que também modifica, atrai, provoca, ama, odeia, se relaciona e que inexoravelmente nos traga. É preciso uma abertura ampla e uma disposição de entrar em contato com o desconhecido, é necessário a ousadia de afirmar "eu não sei", para que um espaço inteligente de percepção e compreensão do novo possa nascer.

                 O Homem é este caminho que passa da unidade indiferenciada, através do conflito, através da dualidade, em direção ao infinito e ao sem-limites de si mesmo. O que está entre dois? Vida/morte, sombra/luz, vazio/cheio, bem/mal, certo/errado, amor/ódio, carência/plenitude.

                 "O objetivo é a saída dos limites nos quais nos encontramos, e isto requer uma escuta de todo corpo, de todo coração, de toda inteligência.  É preciso morrer para um estado de nós mesmos com o qual nos identificamos para ter acesso a um estado de consciência mais elevado, aqueles que conseguirem suportar as núpcias dessas dualidades em si mesmo morrerão sem dúvida, mas não morrerão sem terem vivido."

Ana Maria


28/07/2011

Os 4 Elementos e suas Expressões no Eu


                  Nosso mundo é composto de quatro energias fundamentais, ou elementos, que são os blocos de construção da vida. Quando falo nos elementos, não me refiro aos seus aspectos físicos, e sim aos modos arquetípicos de experiência que são inerentes a todas as coisas. Embora esses quatro elementos – fogo, terra, água e ar – existam fisicamente, no contexto deste texto estaremos pensando mais em uma natureza vibracional (energia) que material.
                Do ponto de vista astrológico, tudo ressona com a padronização energética de um ou mais dos elementos. Os humanos são combinações das energias dos elementos contidos em seus mapas natais.
                Os quatro elementos não são apenas símbolos ou conceitos abstratos, mas se referem às forças vitais que compõem toda a criação e que podem ser percebidas pelos sentidos físicos. Portanto, os elementos não são somente a base da astrologia e de todas as ciências ocultas, mas compreendem tudo o que habitualmente podemos perceber e sentir.
                 Para que consigamos controlar e equilibrar as energias dos elementos, temos que desenvolver o aspecto positivo e controlar os negativos em nós mesmos, no nosso temperamento.

TERRA: “ A terra é um elemento muito apropriado para ocultar e manifestar as coisas que lhe são confiadas.” (Le cosmopolite)
                  A terra abaixo de nós, que além de nos proporcionar uma base estável, nos dá a nutrição, a proteção, é o arquétipo da Grande Mãe, um símbolo adequado para o elemento terra. Costuma-se relacionar esse elemento à segurança, à permanência, à estrutura, ao corpo físico e ao reino material. A terra é o elemento da forma, que incorpora o espírito, tornando-o evidente.
                 A terra é um dos dois elementos que simboliza o feminino ou o princípio Yin. O quadrado e o número quatro e oito são associados ao elemento. O marrom e o verde são as cores relacionadas com ele. Os sons primitivos, mais densos e contínuos traduzem movimentos arredondados, lentos e firmes expressando também características desse elemento.
 
ÁGUA: Emoções, sonhos, mistérios, instintos e imaginação pertencem ao elemento água. Da mesma forma que seu equivalente físico, a água é fluída e inconstante. E como o mar, sua energia pode ser calma ou turbulenta – pode nos fazer flutuar ou nos engolir. A água é a força que nos conecta as outras pessoas e nos permite responder a estímulos de nosso ambiente. O elemento água é o mais enigmático de todos e o mais distante do reino racional.
              A água é um dos dois elementos que simbolizam o princípio feminino, ou yin. As coisas, frias, úmidas, escuras ou produtivas pertencem ao elemento água. O azul profundo, o verde oceano e violeta são as cores da água. Os sons ondulantes, leves traduzem movimentos circulares, contínuos e flutuantes expressando características aquáticas.
 
FOGO: Podemos começar a compreender a essência do elemento fogo se olharmos para o sol. Esse corpo celeste proporciona o calor que permite a vida e a luz de que precisamos para sobreviver na terra. Sem a energia ardente do sol, nada em nosso planeta prosperaria. Em um sentido esotérico, o fogo representa o espírito criativo que anima a forma, inicia a ação e libera a imaginação. O fogo é a força de vida que faz com que todas as coisas cresçam, floresçam, se reproduzam e morram.
                Ativo, voltado para o exterior e dinâmico, o fogo simboliza a força masculina ou yang, bruta, não diluída, que está presente no cosmo. As cores vermelho e laranja incorporam esse elemento. Os barulhos altos, rápidos, entrecortados traduzem movimentos rápidos e desconexos que expressam características do fogo. Esse elemento é a base do combate, esportes, sexo, inspiração artística e atos de coragem.
 
AR: O elemento ar compreende o plano mental, as idéias, a linguagem e o pensamento abstrato. Arroyo interpreta o ar como o universo de idéias arquetípicas por trás do véu do mundo físico.
                Como o vento, que é um símbolo apropriado para esse elemento, o ar é instável e sem forma, incansável e impossível de ser contido.
                O ar força masculina ou yang, é um elemento ativo e voltado para o exterior. Seus números são o cinco e onze e suas cores são o amarelo e o azul. Uma energia claramente humana, o elemento ar está presente na maior parte de nossas relações interpessoais. Da mesma forma como o vento apanha sementes e as transportam para outro lugar onde elas se enraízam e crescem, as idéias se difundem e são germinadas entre as pessoas pela linguagem.
               Os sons longos, cortantes e metálicos traduzem movimentos rápidos, retos e cortantes expressando características desse elemento.
Ana Maria P. Freitas

22/07/2011

13/07/2011

Mulher Selvagem


             O arquétipo da mulher selvagem, bem como tudo que está por trás dele, é o benfeitor de todas as pintoras, escritoras, escultoras, dançarinas, pensadoras, rezadeiras, de todas as que procuram e as que encontram, pois elas todas se dedicam a inventar, e esta é a principal ocupação da Mulher Selvagem. Como toda arte, ela é visceral, não cerebral. Ela sabe rastrear e correr, convocar e repelir. Ela sabe sentir, disfarçar e amar profundamente. Ela é intuitiva, típica e normativa. Ela é totalmente essencial à saúde mental e espiritual da mulher.

             E então, o que é a Mulher Selvagem? Do ponto de vista da psicologia arquetípica, bem como pela tradição das contadoras de histórias, ela é a alma feminina. No entanto, ela é mais do que isso. Ela é a origem do feminino. Ela é tudo o que for instintivo, tanto do mundo visível quanto do oculto – ela é a base. Cada uma de nós recebe uma célula refulgente que contém todos os instintos e conhecimentos necessários para a nossa vida.

            Ela é a força da vida-morte-vida; é a incubadora. É a intuição, a vidência, é a que escuta com atenção e tem o coração leal. Ela estimula os humanos a continuarem a ser multilíngües: fluentes no linguajar dos sonhos, da paixão, da poesia. Ela sussurra em sonhos noturnos; ela deixa em seu rastro no terreno da alma da mulher um pêlo grosseiro e pegadas lamacentas. Esses sinais enchem as mulheres de vontade de encontrá-la, libertá-la e amá-la.

                Ela é idéias, sentimentos, impulsos e recordações. Ela ficou perdida e esquecida por muito, muito tempo. Ela é a fonte, a luz, a noite, a treva e o amanhecer. Ela é o cheiro da lama boa e a perna traseira da raposa. Os pássaros que nos contam segredos pertencem a ela. Ela é a voz que diz, “Por aqui, por aqui”.

                Ela é quem se enfurece diante da injustiça. Ela é a que gira como uma roda enorme. É a criadora dos ciclos. É à procura dela que saímos de casa. É a procura dela que voltamos para casa. Ela é a raiz estrumada de todas as mulheres. Ela é tudo que nos mantém vivas quando achamos que chegamos ao fim. Ela é a geradora de acordos e idéias pequenas e incipientes. Ela é a mente que nos concebe; nós somos os seus pensamentos.

               Onde ela está presente? Onde se pode senti-la? Onde se pode encontrá-la? Ela caminha pelos desertos, bosques, oceanos, cidades, nos subúrbios e nos castelos. Ela vive entre rainhas, entre camponesas, na sala de reuniões, na fábrica, no presídio, na montanha da solidão. Ela vive no gueto, na universidade e nas ruas. Ela deixa pegadas para que possamos medir nosso tamanho. Ela deixa pegadas onde quer que haja uma única mulher que seja solo fértil.

              Onde vive a mulher selvagem? No fundo do poço, nas nascentes, no éter do início dos tempos. Ela está nas lágrimas e no oceano. Está no câmbio das árvores, que zune à medida que cresce. Ela vem do futuro e do início dos tempos. Vive no passado e é evocada por nós. Vive no presente e tem um lugar à nossa mesa, fica atrás de nós numa fila e segue à nossa frente quando dirigimos na estrada. Ela vive no futuro e volta ao tempo para nos encontrar agora.

                 Ela vive no verde que surge através da neve; nos caules farfalhantes do milho seco do outono; ali onde os mortos vêm ser beijados e para onde os vivos dirigem suas preces. Ela vive no lugar onde é criada a linguagem. Ela vive da poesia, da percussão e do canto. Vive de semínimas e apojaturas, numa cantata, numa sextina e no blues. Ela é o momento imediatamente anterior àquele em que somos tomadas pela inspiração. Ela vive num local distante que abre caminho até o nosso mundo.

               As pessoas podem pedir evidências, uma comprovação da existência da Mulher Selvagem. No fundo, estão pedindo provas da existência da psique. Já que somos a psique, somos também a prova. Cada uma e todas nós comprovamos não só a existência da Mulher Selvagem, mas também a sua condição em termos coletivos. Somos a prova do inefável numem feminino. Nossa existência é paralela à dela.

               Nossas experiências internas e externas com ela são essas provas. Nossos milhares e milhões de encontros intrapsíquicos com ela, em nossos sonhos noturnos e pensamentos diurnos, em nossos anseios e aspirações, são a confirmação de que ela existe. O fato de nos sentirmos desoladas na sua ausência, de ansiarmos por sua presença quando dela estamos separadas – essas são manifestações de ela ter passado por aqui.
 
Texto extraído do Livro: Mulheres que Correm com Lobos de Clarissa Pinkola Estés
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