21/11/2010

Compaixão

"Quando entramos no mundo da compaixão acreditamos que há em nós algo maior que nós. O inimigo não é simplesmente o outro, no exterior. O inimigo, às vezes, é uma parte de nós mesmos, são lugares de nós que não amamos e este inimigo também precisa ser amado. Não com um amor de complacência mas com o reconhecimento da diferença, daquilo que nos custa aceitar."  ( Jean Yves Leloup)

Acredito que a compaixão seja o exercício mais difícil de se por em prática. É preciso que tenhamos um desprendimento muito grande do juizo em nós, aprender a olhar o outro na sua "outridade", respeitando seus limites e imperfeições, não o prendendo em suas expressões negativas. Para que possamos alcançar esse espaço dentro de nós é preciso antes ter aceitado nossas imperfeições, aprendido a integrar os aspectos opostos que nos compõem, saber que somos humanos e que temos em nós a luz e a sombra e que esses dois aspectos não se opõem mas se complementam. É ser capaz de resgatar o feminino, sendo homem ou mulher, dentro de nós, essa porção amorosa e sintética que nos habita para nos tornarmos conscientes de nossa inteireza. Geralmente estamos divididos, fragmentados, separados, é preciso aceitar e integrar o físico e o espiritual em nós. 
Segundo Jean Yves, "é preciso que unamos em nós a ação e a contemplação e quando encontrarmos esta possibilidade de união, descobriremos uma terceira etapa no caminho da sabedoria - a dimensão da compaixão."

Ana Maria
Imagem:coisasdabrenda.blogspot.com

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