"Amigo, diz-me por favor o que posso fazer com este mundo a que me apego e do qual tento sempre me libertar!
Desisti das roupas costuradas e vesti um chambre, mas um dia percebi que a roupa estava bem tecida.
Então comprei aniagem, mas ainda a atirei com elegância sobre o ombro esquerdo.
Reprimi meus desejos sexuais e agora descubro que estou deveras irado.
Renunciei à raiva e agora percebo que passo o dia cobiçando.
Labutei muito para dissolver a cobiça e agora estou orgulhoso de mim.
Quando a mente quer quebrar sua ligação com o mundo, ainda se apega a alguma coisa.
Kabir diz: Ouve, meu amigo, são muito poucos os que encontram o caminho!"
A existência nos traz luz através do aprendizado. De apego em apego o ser sofre, aprende e expande. Sem tal atrito não há evolução possível...
Somos apegados sem termos muita consciência e clareza ao que somos apegados, são muitas as formas de apegos a que nos sucumbimos: a matéria, as pessoas, as emoções e sentimentos, enfim, circunstâncias externas que nos envolvem e que inutilmente tentamos possuir, controlar ou não perder. E nada como a própria vida no seu movimento e complexidade para nos ensinar.
Aprender é estar atento, é observar nossas ações e atitudes no dia a dia, reconhecer nossos erros e acolhê-los para transformá-los. Para nos libertarmos do apego é necessário compreender que somos seres de luz, que a consciência divina é inerente ao nosso ser. É preciso descobrir nossa face luminosa através da luz compassiva do amor, para aprendermos com sabedoria a lidar com as questões do nosso cotidiano, com consciência e perseverança, num exercício diário de observação e transformação.
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